A loita de todos

Capa do panfleto antisemita na súa edición portuguesa


Por Andrés Pavón*
Atlántico Diario - 10.01.2014

Segundo un informe da canle de televisión Russia Today, o libro Mein Kampf (a miña loita), escrito por Adolf Hitler nunha prisión de Münich en 1923 está a ser un dos máis solicitados para ler a través de dispositivos electrónicos como o e-book por toda Europa.

Ese panfleto antisemita está expresamente prohibido en paises como Holanda ou Austria pero na maioría de estados europeos habita nunha nebulosa na que non está claro se hai que penalizar a quen o distribúa, a quen o teña na casa ou a quen o lea. Parece que o argumento da liberdade de expresión pesa máis que as devastadoras consecuencias que ese aberrante opúsculo trouxo para millóns de seres humanos. Que mirados somos para algunhas cousas e que pouco para outras, non?.

O caso é que coa chegada de Internet xa se antoxaba inevitable que o “documento” acabara espallándose pola rede. Eu sempre pensei que tería escaso impacto e que se circunscribiría aos círculos de extrema dereita que, dito sexa de paso, xa o tiñan impreso dende hai moito tempo. Pero o seu éxito electrónico é algo co que non contabamos. Ou si?

A auxe de partidos como Amencer Dourado en Grecia, o Movemento por unha Hungría Mellor, o FPÓ austríaco ou o FN francés levan a moitos a sacar a careta e a non disimular as súas filias extremistas e, sobre todo, as súas fobias raciais e relixiosas. Que a estafa financieira ten moito que ver con eso tamén é certo. Pero do que aquí falamos é do inexplicable éxito de Mein Kampf.

De hoxe nun ano vanse extinguir os dereitos de autor que o Estado de Baviera ten sobre a “obra” e semella que será difícil impedir a súa publicación por organizacións que tanto teñen feito pola humanidade como Stormfront ou Metapedia...

Que é o que leva a unha persoa normal a interesarse pola obra do meirande asesino de todos os tempos? Motivacións eróticas? O encanto do prohibido? A falta de respostas na súa vida?...Non podo entendelo. Hai milleiros de libros cos que encher o noso tempo. Incluso milleiros de cervexas esperando nos bares ou de goles que cantar. Por que, pois, dedicar un tempo precioso da nosa vida como é o ocio a algo que xa se sabe que é intrínsecamente malo?.

E outro dato que se extrae do antedito informe é que a xente “consume” o Mein Kampf ás agachadas. Non o queren ter na estantería da casa pero si “desfrutalo” nun dispositivo que non os compromete...inxenuos.

O peor é que resulta que hai máis xente da que se pensaba á que poden interesarlle os rebuznos do Führer. E incluso haberá quen diga que foi malinterpretado ou que contén aspectos dignos de debate...

Comecei a escribir este artigo pensando en que o 27 de xaneiro se fai lembranza das vítimas do Holocausto, da Shoah. E non quero deixar pasar a ocasión de honrar a súa memoria e de reclamar que se tome conciencia para que algo así nunca volva acontecer. Pero confeso que este rexurdimento do Mein Kampf é a peor noticia que podiamos recibir nestas datas. E debe ser a loita de todos denuncialo.

Se cadra pedir que non se lea ese libelo sexa contraproducente así que tirarei de retranca galega e recomendareilles que miren as súas páxinas. Seguro que se sinten mellor ao comprobar que hai persoas mil millóns de veces máis malas, máis burras e máis podres do que vostedes poidan chegar a sentirse xamais. Pero pensen que a media hora que adiquen a Mein Kampf están deixando de adicarlla á familia, aos amigos, á literatura, ao ensaio, á natureza, á saúde, ao deporte, á arte, ao sexo, á gastronomía...

Comentarios

Diogo dixo…
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O misterioso e prolongado sucesso da minoria judaica na Alemanha

http://citadino.blogspot.pt/2014/01/o-misterioso-e-prolongado-sucesso-da.html

Wikipedia - Sir Arthur Wynne Morgan Bryant (na foto ao lado), (18 de Fevereiro de 1899 – 22 de Janeiro de 1985), foi um historiador britânico muito popular e colunista do Illustrated London News. Os seus numerosos livros incluem estudos da História inglesa dos séculos dezoito e dezanove.

No seu livro Unfinished Victory [1940 - Vitória Incompleta], o historiador Sir Arthur Bryant descreve o poder judaico na Alemanha entre as duas Guerras Mundiais (pp. 136-144):

Foram os judeus com as suas ligações internacionais e o seu talento hereditário para a finança que melhor foram capazes de aproveitar estas oportunidades. Fizeram-no com tal sucesso que, mesmo em Novembro de 1938, depois de cinco anos de legislação anti-semita e perseguição, eram ainda donos, segundo o correspondente da Times em Berlim, de qualquer coisa como um terço da propriedade imobiliária do Reich. A maior parte dela caiu-lhes nas mãos durante a inflação. Mas para aqueles que perderam tudo, esta desconcertante transferência pareceu uma monstruosa injustiça. Depois de prolongados sofrimentos tinham agora ficado privados dos seus bens. Viram-nos passar para as mãos de estranhos, muitos dos quais não tinham partilhado os seus sacrifícios e pouco ou nada se importavam com a bandeira e tradições nacionais. Os judeus obtiveram uma formidável ascendência na política, nos negócios e nas profissões académicas, não obstante constituírem menos de um por cento da população."

"Os bancos, incluindo o Reichsbank [Banco Central Alemão] e os grandes bancos privados, eram praticamente controlados por eles. Assim como o negócio das editoras, o cinema, os teatros e grande parte da imprensa, de facto, todos os meios que formam a opinião pública num país civilizado. O maior jornal do país com uma circulação diária de quatro milhões de unidades era um monopólio judeu. De ano para ano era cada vez mais difícil a um gentio (não-judeu) aceder ou manter-se nalguma profissão privilegiada. Nesta altura não eram os 'Arianos' que praticavam discriminação racial. Era uma discriminação que funcionava sem violência. Era exercida por uma minoria contra uma maioria. Não havia perseguição, apenas eliminação. Era o contraste entre a riqueza desfrutada e faustosamente ostentada por estranhos de gostos cosmopolitas, e a pobreza e a miséria dos alemães nativos, que tornou o anti-semitismo tão perigoso e uma força ameaçadora na nova Europa. Pedintes montados a cavalo são raramente populares, e menos ainda aqueles que acabaram do vos deitar abaixo da sela."


(continua)
Diogo dixo…
(continuação)


As palavras de Arthur Bryant redigidas em 1940, em plena Guerra Mundial, parecem plagiadas de um texto de Eça de Queirós escrito sessenta anos antes:


Eça de Queirós

Cartas de Inglaterra 1877-1882

O motivo do furor anti-semítico é simplesmente a crescente prosperidade da colónia judaica, colónia relativamente pequena, apenas composta de quatrocentos mil judeus; mas que pela sua actividade, a sua pertinácia, a sua disciplina, está fazendo uma concorrência triunfante à burguesia alemã.

A alta finança e o pequeno comércio estão-lhe igualmente nas mãos: é o judeu que empresta aos estados e aos príncipes, é a ele que o pequeno proprietário hipoteca as terras. Nas profissões liberais absorve tudo: é ele o advogado com mais causas e o médico com mais clientela: se na mesma rua há dois tendeiros, um alemão e outro judeu, o filho da Germânia ao fim do ano está falido, o filho de Israel tem carruagem! Isto tornou-se mais frisante depois da guerra: e o bom alemão não pode tolerar este espectáculo do judeu engordando, enriquecendo, reluzindo, enquanto ele, carregado de louros, tem de emigrar para a América à busca de pão.

Mas se a riqueza do judeu o irrita, a ostentação que o judeu faz da sua riqueza enlouquece-o de furor. E, neste ponto, devo dizer que o Alemão tem razão. A antiga legenda do israelita, magro, esguio, adunco, caminhando cosido com a parede, e coando por entre as pálpebras um olhar turvo e desconfiado – pertence ao passado.

O judeu hoje é um gordo. Traz a cabeça alta, tem a pança ostentosa e enche a rua. É necessário vê-los em Londres, em Berlim, ou em Viena: nas menores coisas, entrando em um café ou ocupando uma cadeira de teatro, têm um ar arrogante e ricaço, que escandaliza. A sua pompa espectaculosa de Salomões "parvenus" ofende o nosso gosto contemporâneo, que é sóbrio. Falam sempre alto, como em país vencido, e em um restaurante de Londres ou de Berlim nada há mais intolerável que a gralhada semítica. Cobrem-se de jóias, todos os arreios das carruagens são de ouro, e amam o luxo grosso. Tudo isto irrita.

Mas o pior ainda na Alemanha é o hábil plano com que fortificam a sua prosperidade e garantem o luxo, tão hábil que tem um sabor de conspiração: na Alemanha, o judeu, lentamente, surdamente, tem-se apoderado das duas grandes forças sociais – a Bolsa e imprensa. Quase todas as grandes casas bancárias da Alemanha, quase todos os grandes jornais, estão na posse do semita. Assim, torna-se inatacável. De modo que não só expulsa o alemão das profissões liberais, o humilha com a sua opulência rutilante e o traz dependente pelo capital; mas, injúria suprema, pela voz dos seus jornais, ordena-lhe o que há-de fazer, o que há-de pensar, como se há-de governar e com que se há-de bater!

Tudo isto ainda seria suportável se o judeu se fundisse com a raça indígena. Mas não. O mundo judeu conserva-se isolado, compacto, inacessível e impenetrável. As muralhas formidáveis do Templo de Salomão, que foram arrasadas, continuam a pôr em torno dele um obstáculo de cidadelas. Dentro de Berlim há uma verdadeira Jerusalém inexpugnável: aí se refugiam com o seu Deus, o seu livro, os seus costumes, o seu Sabbath, a sua língua, o seu orgulho, a sua secura, gozando o ouro e desprezando o cristão. Invadem a sociedade alemã, querem lá brilhar e dominar, mas não permitem que o alemão meta sequer o bico do sapato dentro da sociedade judaica.

Só casam entre si; entre si, ajudam-se regiamente, dando-se uns aos outros milhões – mas não favoreceriam com um troco um alemão esfomeado; e põem um orgulho, um coquetismo insolente em se diferençar do resto da nação em tudo, desde a maneira de pensar até à maneira de vestir. Naturalmente, um exclusivismo tão acentuado é interpretado como hostilidade – e pago com ódio.»