Al Jazeera e o Portal Galego da Língua


De seguido reproducimos a resposta enviada ao Portal Galego da Língua por Joao Guisan en relación a un artigo previamente colgado no PGL e que fora publicado inicialmente no xornal catarí Al Jazeera. Que o PGL dea crédito a un medio como o xornal catarí Al Jazeera é realmente lamentábel. Porque hai cousas que por moi anti israelí que un sexa non pode mudar, a formidábel tarefa de normalización lingüística do hebreo, o respecto escrupuloso dos dereitos lingüísticos dos árabes-israelies e a impresionante labor de forestación levada a cabo no Estado de Israel por exemplo. Guste ou non guste aos nosos antisionistas enxebres, a realidade é a que é e non a que eles pretenden lanzar contra Israel. Calquera observador minimamente obxectivo que queira ver a realidade sen as lentes politicamente correctas do "antisionismo" decatarase da demagoxia (claramente a soldo do lobby petroleiro) que a cotio publica este medio catarí contra "a entidade sionista".
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ISRAEL PARADIGMA DA LIBERDADE LINGUÍSTICA.


http://www.pglingua.org/noticias/babel/3778-a-lingua-torna-se-uma-arma-politica-em-israel#comments

Quem visita Israel não pode evitar a surpresa de ver toda as indicações escritas sistematicamente em hebreu, árabe e inglês. Em Israel ministra-se o melhor ensino em língua árabe do mundo. É o único país do Universo em que toda a população infantil de língua árabe está escolarizada. E isso não é só índice do clima de tolerância linguística (por não dizer de tolerância em geral). É também um caso único de altura humana. Porque o surpreendente é que um Estado utilize e promova a língua que utilizam os seus inimigos figadais, a língua de milhões de pessoas que desejam a sua desaparição política como Estado e a desaparição física de 80% da sua população tão só pelo de delito de não serem árabes e muçulmanos. A tolerância linguística e cultural corre paralela em Israel à tolerância religiosa, igual que a intolerância religiosa e cultural corre paralela à intolerância linguística no mundo árabe, onde não só seria impensável ver um letreiro escrito em hebreu, mas onde também quaisquer manifestações de outras culturas e outras línguas autóctones são reprimidas muitas vezes por meio do extermínio (kurdos do Iraque, falantes de aramaico na Síria, coptos no Egito, tuaregs, berberes ou amazighs do norte de África). Quando se fala em 280 milhões de pessoas de língua e cultura árabe, esquece-se que 80 milhões deles não o são. E resulta dramático que o mundo fique indiferente a este processo crescente de arabização e islamização realizado por meio da violência física e moral, enquanto pessoas, como a autora do artigo e as promotoras da sua publicação, se preocupam pelo que, segundo se deduz do próprio texto, não passa de ser a interpretação que elas fazem das intenções (sempre torcidas) dos judeus. Se o leitor de bom senso reparar bem, verá que no artigo não se põem em causa factos, mas intenções. É só um juízo de intenções. Mesmo daquelas que há por trás de erros ortográficos em livros de texto (estarão os judeus também por trás daqueles que podemos ler nos nossos?). Reconhece-se o clima de tolerância linguística, mas, ah... detectam-se claros indícios de que isto vai experimentar uma mudança dramática. E como estamos a falar em árabes e judeus, a suposição anti-judia converte-se automaticamente em facto provado pró-árabe. A mudança na declaração de Israel de "Estado Judeu" para "Lar Nacional do povo judeu" (literalmente: o lugar onde nasceu o povo judeu), é precisamente um passo em sentido contrário. "Estado judeu" é que podia ter laivos racistas. Israel não tem constituição. O que há de mais parecido é a Declaração da Independência, que diz que o novo Estado "garantirá liberdade de religião, consciência, língua, educação e cultura; respeitará os lugares sagrados de todas as religiões; e será fiel aos princípios da Acta das Nações Unidas." Há uma declaração assim nalgum país árabe? Carta Nacional Palestiniana: "Palestina é a pátria do povo Árabe Palestiniano; constitui parte indivisível da terra Árabe, e o povo Palestiniano é parte integral da nação Árabe".

* Joao Guisam é actor, director e dramaturgo

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