ISRAEL E O ATAQUE AO IRÁN.


ISRAEL E O ATAQUE AO IRÃO.
Por Tiago Barbosa
http://kontratempos.blogspot.com/

Alguns leitores perguntam-me por e-mail o que pretendo dizer com isto. Nada mais do que ali está, confesso. A minha opinião é bastante simples:
O Irão não pode, por inúmeras razões, prosseguir com o seu programa nuclear.
Existem várias formas de impedir que o regime de Teerão prossiga com o enriquecimento de urânio e, até ao momento, todas elas falharam. A partir daqui, entra a realidade numa equação onde tem sido usada e abusada a ficção dos «fins pacíficos». Ora, felizmente para mim e também para todos os que andam por aí expelir bílis de indignação, Israel garante a nossa margem de conforto. É uma evidência, por mais que a cortina de hipocrisia do Ocidente insista no contrário.

No momento certo, quando o inevitável estiver em curso, Israel actuará como actuou no passado. Sem a verborreia da Casa Branca ou a beatitude de Chirac, para dar dois tipos-ideais. Porque no fio da navalha Israel sabe que só pode contar consigo mesmo. Em 1981, quando o Iraque era um aliado das frentes diplomáticas ocidentais, Israel atacou o reactor nuclear de Osirak sob condenação do mundo inteiro -- a começar pelos EUA -- e provavelmente impediu uma tragédia incomensurável nos anos subsequentes.Hoje, o Irão prepara um novo Holocausto. Um segundo Holocausto, como escreve Benny Morris, que conseguirá em cinco minutos o que o primeiro tentou em cinco anos. Exige-se uma tomada de posição sem ambiguidades e eu faço a minha. Espaço para reservas, dúvidas, incertezas? Claro. Mas as declarações dos dirigentes iranianos são cristalinas e não há nenhuma razão válida para acreditarmos que farão o contrário daquilo que os próprios postulam, desde logo a destruição da «entidade sionista».O ataque aéreo ao Irão, se acontecer, só pode ser feito por Israel: um ataque cirúrgico sobre Nataz, Isfahan e Arak, abrindo os cordões de fúria da «rua árabe» que serve para tudo, até para designar os persas. Paciência. As declarações de culpa já estão escritas antecipadamente no momento que o leitor lê este post. Se não for o Irão é outra qualquer coisa. É Israel? Tem culpa. Felizmente para as más consciências pós-coloniais europeias, aceitamos uma diplomacia musculada desde que o músculo não seja europeu. Somos todos bons. E bonzos. É a vida.
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